sexta-feira, 27 de maio de 2011

A JORNADA VERDE DO WALMART

Dizem que negócios são negócios mas constantemente somos lembrados que as decisões também são tomadas por questões pessoais.

Em 2005, Lee Scott, CEO da Walmart, viajou com Fredd Krupp, presidente da Fundação para Defesa do Meio Ambiente dos Estados Unidos para o topo do Mount Washington para visitar cientistas em uma estação de pesquisas.
No caminho, Scott parou para conversar com um fazendeiro de New Hampshire, produtor do Maple Syrup, uma espécie de caramelo feito da Maple Tree que é quase uma instituição gastronômica nos Estados Unidos, muito consumido no pais.
(quem já foi no International House of Pancakes, sabe bem do que se trata).
O fazendeiro relatou como o clima mais quente estava danificando o seu negócio, administrado há gerações por sua família.
No final da viagem, Scott tinha visto pessoalmente vários impactos causados pelas mudanças climáticas e como ele poderia envolver os negócios da Walmart nesta questão.

Mike Duke, sucessor de Scott como CEO, fez uma "viagem de mudanças climáticas” alguns anos mais tarde.
Entre suas experiências, passou uma noite em um “iglu glacier hotel” na Suécia onde aprendeu sobre os impactos das mudanças climáticas no ártico.
Antes cético, Mike agora estava convencido da realidade.
Enquanto isso, outro CEO da Walmart foi para a Turquia para encontrar com fazendeiros de algodão. Uns utilizavam pesticidas e outros eram de fazendas orgânicas.
Eram grandes as diferenças nos produtos, na economia, na imagem e no resultado.

Estas viagens foram arranjadas por um ex-guia de rafting chamado de Jib Ellison, atualmente diretor da empresa de consultoria BluSkye.
Foi ele o responsável por guiar a Walmart na sua jornada verde.

Jib é um sujeito extrovertido que antigamente providenciava tours de rafting entre americanos e russos para diminuir tensões na guerra fria.
Realmente têm que ser muito "extrovertido" neste caso.
Mas deixando observações a parte, ele é o “herói” do novo livro chamado Force of Nature: The Unlikely Story of Wal-Mart's Green Revolution, escrito por Edward Humes, ganhador do Pulitzer Prize .
É o primeiro livro sobre o lado verde da Walmart, com destaques interessantes principalmente sobre os insights que levaram a multinacional a adotar diferentes estratégias e filosofias.
Scott começou a explorar temas ligados a sustentabilidade por volta de 2000 quando a Walmart tinha uma terrível reputação, particularmente em lugares como Chicago e L.A. onde a empresa não tinha lojas, mas desejava abrir algumas.

Jib Ellison chegou até a empresa graças a Peter Seligmann, fundador da Conservation International que o apresentou a Rob Walton, presidente da Walmart.
Desde então Jib pôde mostrar a Scott como a Walmart poderia ganhar dinheiro sendo uma empresa mais verde.

Recomendamos a leitura.





Dia Nacional da Mata Atlântica

Em 27 de maio de 1560, o Padre Anchieta assinou a "Carta de São Vicente", onde descreveu a biodiversidade das florestas tropicais.

Esta sexta-feira, 27 de maio, marca o Dia Nacional da Mata Atlântica, mas não temos muito que comemorar.
Segundo estatísticas do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, o bioma perdeu 311 quilômetros quadrados de floresta em dois anos – UM ABSURDO!
Os números foram divulgados na quinta-feira (26) pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que avaliou a situação de remanescentes da vegetação original em 16 estados que fazem parte do bioma:
Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

O atlas também aponta os municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no biênio 2008-2010.

Quatro dos cinco primeiros municípios do ranking são mineiros: Ponto dos Volantes e Jequitinhonha, na região do Vale do Jequitinhonha, e Pedra Azul e Águas Vermelhas, no Norte do estado. Andaraí, na Bahia, completa o rol dos campeões de desmate.
A Semana Nacional da Mata Atlântica, que termina nesta sexta-feira, foi criada para valorizar a ecorregião, considerada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal de 1988.
Em 21 de setembro de 1999, um decreto presidencial instituiu a data de 27 de maio como o Dia da Mata Atlântica.


O tema sustentabilidade e meio ambiente é amplamente discutido mas os interesses ficam na esfera particular. Empresas, políticos, agricultores todos falam por si.
Enquanto a sociedade civil não entender que o seu papel é fundamental na concretização das mudanças necessárias para o desenvolvimento sustentável do pais, o Brasil viverá um verdadeiro faroeste sócio econômico e ambiental.